terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Há 10 novas espécies de anfíbios...para extinguir?


In Sapo-Notícias: "Um grupo de cientistas ao serviço da organização norte-americana Conservation International descobriu, na Colômbia, 10 novas espécies de anfíbios. A investigação teve lugar na região montanhosa de Darien, na fronteira com o Panamá... As descobertas incluem nove espécies de rãs e uma de salamandra. A região de Darien é conhecida pela sua riqueza em espécies endémicas, e a Colômbia é um dos países do mundo com maior variedade de anfíbios - mais de 754 espécies identificadas. Os anfíbios são considerados pelos cientistas importantes indicadores da saúde de um ecossistema e até da existência de condições para a vida humana, já que a sua pele permeável os expõe directamente aos elementos externos e à eventual degradação do meio ambiente. Quase um terço da população total de anfíbios no planeta corre risco de extinção."

Frequentemente, são descobertas novas espécies de animais. Sobretudo insectos e outros artrópodes, mas também vertebrados. De tempos a tempos encontra-se um novo mamífero. E ocasionalmente encontra-se uma criatura extraordinária e inesperada, que já não devia existir, cuja coexistência com os seres humanos no Sec. XXI é um verdadeiro milagre. Há cerca dois anos, uma expedição a uma zona remota da Indonésia encontrou novos mamíferos, entre os quais marsupiais (semelhantes aos cangurus australianos) e uma nova espécie de equidna. Equidnas e ornitorrincos são mamíferos, cobertos de pelo, produzem leite, mas põem ovos. Este tipo de animais ficou a meio caminho na transformação dos répteis em mamíferos e já andava sobre a Terra muito antes dos famosos T-Rex.

Esta descoberta de 10 novas espécies de anfíbios, embora menos extraordinária, lembra-nos a história de alguns peixes que se aventuraram fora de água e se foram libertando do ambiente aquático até se tornarem elefantes, tigres e falcões. Os anfíbios, rãs, sapos e salamandras ficaram também a meio caminho. Os ovos das râs são postos na água e aí se desenvolvem as formas jovens. Aprendi que se chamam girinos ou “peixes-cabeçudos”. Porque, como os peixes, só respiram na água. Apenas os anfíbios adultos vivem respirando o oxigénio do ar. Esta classe de vertebrados constitui uma relíquia de um tempo em que eram os mais sofisticados animais que caminhavam na Terra.

Os anfíbios sobreviveram à grande extinção do final da era Paleozóica. Viram aparecer os répteis, os dinossáurios, os mamíferos e as aves. Há 65 milhões de anos, escaparam à destruição do final do Cretácico, que marcou o fim da era dos dinossáurios. Assistiram à ascensão dos mamíferos e à explosão da variedade das aves. E resistiram, ocupando nichos que tivessem água doce e ar húmido.

Resistiram às duas últimas grandes extinções que marcaram a história da vida na Terra. Mas não parece que venham a resistir à actividade dos seres humanos. E não creio que nos assista o direito de exterminar estas criaturas extraordinárias…

2 comentários:

  1. Podias ter-me perguntado quando é que era a grande extinçao da era Paleozóica. Que eu dizia te que era no Permico.

    Mariana

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  2. Jorge
    Depois de ler a tua prosa só me resta concluir que anda por aí muito ambíbio disfarçado de gente...
    Será por isso que os não identificamos facilmente?

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